quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Algumas linhas sobre Tributo à Solidão


Algumas linhas sobre Tributo à Solidão


O livro, nascido dos poemas escritos entre os dezesseis e dezessete anos de Ana Pismel, retrata as angustias e apreensões de uma fase que, normalmente, é repleta de conflitos internos. Hoje com 20 anos, a escritora não se vê mais nesse turbilhão: “é uma coisa muito interessante sentar para reler o que escrevi naquela época. Ao ter nas mãos, pela primeira vez, tudo isso em livro, fiquei feliz pelo fato de ter podido transformar minha adolescência em poesia, coisa na qual eu não havia pensado até então”, afirma ela, referindo-se à obra. “Entretanto, ao publicar, hoje, um livro escrito há tanto tempo – porque para mim, três anos é muito tempo - não o desvalorizo em nada, mesmo diante do que pude amadurecer e expandir em meus horizontes. Isso porque não penso que se possa descartar o que se foi um dia, pois isso continua fazendo parte de nós, ainda que seja sempre o que fomos, e não mais o que somos”.

É essa propriedade que a poesia tem de abrigar várias possibilidades num só verso que lhe confere sua singularidade e importância, seja em prosa, seja em verso. Nesse caso, não se pode ler um poema num sentido apenas literal, sem deformá-lo. Pode-se dizer que é nessa dimensão que Tributo á Solidão procura dar a ver sua mensagem, na medida em que, como todo poema, revela muito mais do que suas palavras meramente descrevem; e, como um conjunto singular, mostra, muna unidade interna, as várias faces da solidão.

Nenhum comentário: