terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Função da arte não é fazer política, diz Gullar

Folha de São Paulo - 10/12/2008 - por Redação

O peso do mercado na vida cultural, encerrado o período da ditadura militar e o ciclo das utopias de esquerda, esteve no centro do debate "Cultura e Política", que aconteceu na noite desta segunda-feira, no auditório do Masp. Mediado pelo jornalista Fernando de Barros e Silva, editor de Brasil, o debate, primeiro de uma série de três, faz parte das comemorações dos 50 anos da Ilustrada. A psicanalista Maria Rita Kehl destacou que o mercado passou a pautar opiniões sobre a produção cultural numa lógica segundo a qual "as coisas têm valor porque se vendem". O compositor Caetano Veloso, que começou o debate tentando lembrar, em vão, um trecho de seu livro Verdade Tropical, foi em sentido contrário: "A gente, que trabalha nessas criações mais vendáveis, enfrenta uma perversão oposta: há uma idéia de que uma coisa não é boa porque vende". O poeta e colunista da Folha Ferreira Gullar, que arrancou risos da platéia, disse que as relações entre arte e política, como aconteceram nos anos 60, já não fazem o mesmo sentido. Já o cineasta Cacá Diegues, ao destacar o papel da tecnologia, afirmou que a pirataria não é um problema de polícia. Confira a opinião de alguns convidados do encontro.

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